quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A primeira vez a gente nunca esquece



Finalmente o grande dia havia chegado. Na manhã do último domingo de outubro de 2009 minha namorada e eu estrearíamos nas pistas com os 5 Km da Alphaville Running.

Ansioso, meu sono foi estilo tele-sena do Silvio Santos: de hora em hora acordava achando estar atrasado. Quando o despertador tocou pra valer, parecia o tiro de largada. Levantamos como um foguete, nos trocamos e tomamos um café rapidinho. Se tivéssemos cronometrado tudo isso, teríamos batido o recorde mundial de preparação pré-corrida.

Antes, passamos em um posto de gasolina para encontrar a Rosa, que vinha de São Paulo correr com a gente. Claro que ela não faltaria nesse momento tão importante.

No local da corrida, como bebês descobrindo o mundo à sua volta, acompanhávamos as assessorias esportivas montando suas barracas e o staff correndo pra cima e pra baixo montando tábuas de frutas e distribuindo garrafas de água nos postos de hidratação.

Sempre seguindo a líder, pegamos o número de peito e o chip de cronometragem. Claro que me espetei com os alfinetes que prendem o número na camiseta e tive certa dificuldade para colocar o chip no cadarço do tênis, mas consegui. Depois de uma sessão de aquecimento, largamos.

Na semana anterior tinha definido meu plano de corrida: começar devagar e não me empolgar tentando acompanhar os corredores mais rápidos. Claro que fiz tudo errado. Saí desembestado e até fiz um bom primeiro quilômetro. Graças à sabedoria dos ingênuos achei que conseguiria manter o ritmo até o fim, mas no quilômetro três meu corpo já estava resmungando. A partir de então, até as lombadas da rua ficavam difíceis de transpor. Resultado: terminei me arrastando e com o tempo acima dos 27 minutos.

Mas quando cruzei o pórtico vi o outro lado da corrida. Pra começar, o animador da prova me parabenizou e disse meu nome no microfone. “Uau”, (imagine as cenas do comercial do novo Renault Sandero). Em seguida, o pessoal da equipe médica correu até mim para saber se estava tudo bem. “Uau” de novo. Mais alguns passos e um copinho de Gatorade acompanhado de frutas. Só não mandei um novo “Uau” porque já estava de boca cheia.

Com o fôlego renovado e a energia reposta fui aguardar as meninas para pegarmos nossas merecidas medalhas. Foi legal acompanhar de perto a estrutura do evento e saber quantas pessoas estão envolvidas preparando tudo para você chegar lá e correr.

Assim como nos relacionamentos, a corrida fica ainda mais bonita quando a conhecemos por dentro.

Let’s keep running!

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